Wednesday, June 25, 2008

Teatro Mágico no 2º Ato: inquetude em contestar aspectos sociais

Novas referências musicais, criticidade aflorada, performance mais ensaiada: as novidades que tornam o Teatro mais mágico ainda

Quando digo que gosto de Teatro Mágico, as pessoas que não conhecem se deparam diante de mim com uma postura “entendível”. Afinal, o que é Teatro Mágico? Banda independente? Música poética? Palhaços fazendo malabarismos, cantando e dançando? Mas por que e para quê?

Quem já ouviu alguma música do Teatro Mágico, desacostumado com letras “incomuns”, o que é difícil de encontrar na cotidiana mídia de massa, se incomoda com suas mensagens implícitas a ponto de amar o grupo sem mesmo conseguir interpretar o que a banda quer dizer. Onde está, então, o poder de sedução do Teatro Mágico?

Da boca de Fernando Anitelli, músico, ator, compositor e criador dessa banda independente, a forma de musicalidade do Teatro Mágico descreve cada ato, cada sensação, experiência de vida e vivência através de palavras. As palavras formam frases, e as frases formam poemas. “Teatro Mágico nos diz pra sermos versáteis. Escritores, atores, malabaristas, poetas, protagonistas, palhaços, figurantes, trapezistas, cantores, dançarinos, tudo junto”, diz Anitelli. Ele ressalta que o primeiro álbum tinha por objetivo realçar a essência única de cada pessoa no mundo, descobrir, em cada um, o melhor e o pior de seu ser, sentir e valorizar sua unicidade no universo, de ser raro, e daí veio o “slogan” do primeiro CD: “Teatro Mágico, Entrada para Raros”.

O improviso em seus shows, característica marcante do grupo, reflete um roteiro imaginário, uma maneira improvisada de viver a vida e de sobreviver a ela.

Novo embalo

Letras mais maduras, cenas mais ensaiadas, união do circo e da música cada vez mais constante. Com mais de 85 mil cds vendidos, o grupo agora aposta todas suas energias em seu segundo álbum e espetáculo, o “2º Ato”.

Considerado o melhor show da atualidade pelo jornal Folha de S. Paulo, o espetáculo do Teatro Mágico envolve construções poéticas nas músicas, encenações teatrais improvisadas ou não, ludicidade, mistura de arte cirquense com música e interação com o público, que é composto em sua maioria por jovens universitários. “Um dos fatores que contribuíram para o nosso sucesso foi o comportamento curioso específico desse público”, esclarece Anitelli.

As composições escolhidas do novo álbum trazem reflexões sobre o homem e a sociedade na qual vive, através de uma postura mais contestadora. Relatam o cotidiano dos moradores de rua na canção “Cidadão de Papelão”, abordam problemáticas da mecanização do trabalho, citada no “Mérito e o Monstro”. Na canção “Xanel N 5", o grupo critica o amontoado de informações que absorvemos ao assistir aos programas de TV.

Segundo um dos compositores e vilonista em peso do Teatro Mágico, Luís Galdino, todo esse trabalho foi permitido e condicionado graças a uma agenda mais folgada, que resultou numa musicalidade mais madura. Galdino conta que o principal diferencial do novo álbum são as novas referências da MPB e do samba, de performances do Circo Soleil e da preocupação em fazer uma música que traga à tona problemas sociais. “O improviso é algo marcante nos espetáculos do primeiro CD e a partir de agora os espetáculos terão uma performance mais ensaiada, mas sem perder a espontaneidade”, informa.

Galdino realça que o Teatro Mágico, como banda independente, decidiu descartar a possibilidade de se integrar ao mainstream musical, com uma grande gravadora, uma grande assessoria de imprensa, uma grande produtora. O músico comenta que ser independente pode ser uma forma alternativa sem precisar de jabás pra divulgar um trabalho. “Ser independente é você arriscar. É uma única alternativa que um grupo imenso de artistas têm para aparecer”, afirma. “A gente não tinha como chegar numa grande gravadora, pois elas são fechadas em seu casting de 12 artistas, que ocupam toda a mídia através de um jabá absurdo. Ser independente é questionar tudo isso com atitude de fazer seu trabalho e alcançar o público”, salienta Galdino.

E na batalha para divulgar o trabalho, Galdino destaca com importância o uso das tecnologias digitais, como a internet, para movimentar e disseminar a cultura independente. “Nosso reconhecimento diante o público, a divulgação do trabalho, só foi possível através da internet. Há uns seis, sete anos atrás, somente com o rádio e a TV embutidas na comunicação de massa, essa visibilidade era impossível. A internet é um meio de fácil acesso e também com grande poder de massa”, diz.

O grupo continua com os mesmos esquemas de distribuição das músicas: de maneira livre e gratuita na internet e na venda de Cds a preços populares. A novidade é o investimento grande na produção e comercialização dos fonogramas. Galdino realça a importância da grande participação do público em sites de relacionamentos como orkut, youtube e outras mídias da rede, que favorece a bandeira da música livre e a forma democrática de fazer cultura.

Realmente, o Teatro é MÁGICO, e só sentindo de perto pra confirmar tanta criatividade, inovação e compromisso com o público!

http://www.oteatromagico.mus.br/ - Entre e baixe músicas!

9 comments:

Unknown said...
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Anonymous said...

Parabens Má, acho q nunca li algo sobre o Teatro Mágico que me esclarecesse tantas coisas... realmente, mágico seu texto...rs...
Bjao, Clau

Anonymous said...

Criador... cria e atura... Tm está demais, sensacional... mais maduro mesmo e com uma carga criativa de critica sociedade que ng consegue fazer igual...
Bjo Má, ficou mto boa matéria. Que horas vai passar na Veritas?

Anonymous said...

Hummmmmmmmm e tb vc pode dizer que o Teatro Mágico teve um papel essencial na sua vida amorosa hein Má? rs
Mto bom!
Bjos

Anonymous said...

Owwwwwwwww
Mto bom o texto!!! Fui no show e o segundo CD tá óoootimo mesmo!

Anonymous said...

Nossa, eu não tenho palavras realmente pra descrver o quie sinto em um espetáculo do TM. É tão impressionante, tudo tão novo que a gente fica pasmo. É essa reação que nos faz continuar ali, firme e forte como fã desse grupo artistico maravilhoso.
TM é um contraponto interessante a industria de massa do entretenimento e inteligente ao mesmo tempo. Que a bandeira da música livre cresça cada vez mais com a propriação de movimentos culturais pela tecnologia!
Bjjjjooooooooooooooooooooooo Má, sdds

Anonymous said...

Mérito e o Monstro merece óscar... mto bom... o Teatro Mágico é inexplicável... parabens pela matéria...

Anonymous said...

Mto boa a matéria!!! Minha jornalista preferida!!! Amo o seu jeito cativante de escrever!!! è fascinante assim como o Teatro Mágico!!!
Bjaoooo

Ulisses Oliveira said...

Muito bom o texto! Parabéns!