Tuesday, November 14, 2006

De gênios para robôs



"A mente que se abre a uma nova idéia nunca voltará a seu tamanho original"
A. Einsten

Dedico este post para falar do abandono do ensino pelas disciplinas de reflexão, de questionamento e experiência da realidade, trocadas por técnicas operacionais de caráter "robótico". Pensar se tornou algo extinto do vocabulário escolar e acadêmico. Hj, o novo ensino neoliberal preza pelo "executar, produzir". Não que esteja errado. Mas para uma boa produção ser bem realizada ela precisa passar por um filtro que eu chamo de consciência filosófica. Será que a obrigação das disciplinas de filosofia e sociologia no currículo do Ensino Médio concebidas pela Lei de Diretrizes e Bases Educacionais (Resolução de ago/2006) irá conseguir compensar essa educação superficial e tecnicista exposta durante uma boa quantidade de anos?

Hoje estamos presos a uma lei de mercado que separa o pensar do agir. Antigamente, o conhecimento era buscado para resolver problemas do mundo e dos seres humanos. As ciências existiam em prol da descoberta científica, algo que fizesse do estudante um gênio, um observador constante da realidade, que descobre as coisas, que cria fórmulas para os problemas. Hoje copiamos fórmulas, sem questioná-las, sem testá-las. Apenas as aceitamos para sobreviver no mercado de trabalho. Executamos a operação, mas não somos capazes de criá-la. Não pensamos antes de agir, não gostamos de procurar o conhecimento, queremos-o pronto. Gostamos de receber as coisas prontas para apenas serem executadas. Mas não queremos pensar e desenvolver coisas novas.

Hoje não se formam mais gênios de antigamente porque nos parece que a natureza não precisa mais ser investigada. As fórmulas já estão prontas, basta copiá-las. Faço essa crítica em torno do superficial mercado de trabalho, que contrata mão de obra para executar a obra já pronta, e não para criá-la. E esse poder de criação é que nos faz gênios - o poder de interferir nas leis, nas regras e modificá-las. Descobrir as coisas do mundo, fazer perguntas, desafiar o que é imposto como verdade absoluta. Eis o mal do modernismo, que nos coloca como fantoches controlados por um sistema que não quer que pensamos, porque sem pensar não vamos questionar as coisas e assim não vamos ter vontade de mudá-las. O comodismo tomou conta de nós, porque receber as coisas prontas é mais confortável.

Hoje recebemos uma educção tecnicista pouco preocupada com a consciência filosófica e científica. Na escola, aprendemos matemática como um amontoado de fórmulas, mas não sabemos seus significados, não sabemos aplicá-las na natureza. Aprendemos biologia, mas não preservamos o meio ambiente. Aprendemos história, mas não temos opinião política do governos atual. E na faculdade não é muito diferente. São poucas as universidades que se preocupam com a formação humana e filosófica, e apenas ensinam um amontoado de técnicas operacionais. É um profissional formado não para inovar o mundo, apenas para repetir fórmulas que outros milhões de profissionais fazem igual. E essa é a diferença: o que vc já fez na ciência? O que vc contribui para o novo? O que vc modificou, questionou, criticou antes de adquirir? Realmente, o sistema inibe esse pensamento porque é mais cômodo pra ele que nada se questione, que tudo se aceite, porque assim a dominação ideológica educacional tecnicista se enraize cada vez mais.

Einsten, em relação às leis da da física: duvidou tudo o que era tido e passado como verdade inquestionável, para criar sua própria lei, a mais perto da lógica e da verdade. Talvez, ao apenas executar uma operação, ficamos longe de buscar a verdade escondida e oculta ali. Porque somos apenas robôs programados para fazer as tarefas, subordinados a um sistema que, todo dia, rege a marcha para nós, os soldados trabalhadores, que só nos resta obedecer.

Friday, November 03, 2006

"A fútil indústria alimentícia"


O texto que posto mais abaixo - "Uso de Animais na alimentação", logicamente, é da autoria de algum vegetariano ou a favor do vegetarianismo. A decisão de se tornar ou não vegetariano vai de cada um. Não sou vegetariana e nem vou me tornar, por questões de acreditar que a carne em si, pura, faz parte da alimentação humana, não é uma futilidade, algo industrialmente criado para ser consumido, como outros alimentos que poderiam ser dispensáveis. A carne não é tão dispensável assim.

Porém, independente de ser vegetariana ou não, é preciso reivindicar o sofrimento desses animais e lutar por métodos menos "sofríveis". As técnicas de abatimento ainda são muito cruéis. Devemos protestar e pressionar as empresas, granjas etc por esses atos que elevam o sofrimento e a dor, aumentam e tornam a morte desses animais mais lenta e sofrível. As técnicas de abatimento precisam evoluir nesse sentido. Mas também quero chamar atenção para uma indútria que vem aumentando o número de abatimentos simplesmente para fabricar certos produtos fúteis para nossa alimentação. Sem essa indústria, realmente, a vida de muitos animais poderia ser poupada, além da nossa saúde.

É difícil, mas acho que o consumo de certos alimentos deveriam ser evitados. Falo dos alimentos industrialmente comercializados, aqueles que só servem para fazer certas empresas alimentícias faturarem com um mercado que nada traz de útil e favorável para a alimentação humana, somente enche o bolso de muito empresário. Por exemplo: Pra que aqueles salgadinhos, empacotados, sabor churrasco, sabor bacon, com gordura animal, gordurosos e que só agridem nossa saúde? Pra que tanto bacon, mortadelas, salames desse e daquele tipo, bolachas, tanta comida fast food, que usam muita gordura animal e carne, e não são tão indispensáveis em termos de alimentação. O que eu vejo é que o mercado cresce cada vez mais com alimentos prejudiciais à saúde do que alimentos saudáveis. É a indústria da má alimentação. E o que quero dizer com isso? Que, se nós rejeitássemos esses produtos e passássemos mais a consumir frutas, legumes e carnes em quantidade necessária, estariamos fazendo um bem imenso a nossa saúde e muitas vidas de bichinhos seriam poupadas.

O que temos hojé é muito exagero na alimentação. Muito se quer inventar para vender e lucrar, mas pouco se pensa nos animais e na saúde humana. Isso não vale só pra indústria alimentícia! Até a indústria de cosmético usa gordura animal no óleozinho não sei das quantas, no shampoo, no sabonete, no esmalte, no condicionador etc etc etc. E dá pra produzir sem! Isso sem falar em outros produtos da indústria de vestimenta, de acessórios que usam o couro, de pele de animais, que as madames insistem em fazer questão de comprar. Não sabem que muitos animais pagam cruelmente suas vidas para que indústrias capitalistas lucrem sem nem um pouco de moral. Por isso, tenho orgulho dos meus sapatos de couro falso, meus cintinhos tb etc etc etc. Nunca mais compro nada de couro. E há ainda as pessoas que acham lindo falar- "olha, é de couro...." ou "meu sonho é ter um casaco de pele".

Voltando a focar mais na indústria alimentícia, veja só como o capitalismo é "esperto": aproveita-se da mazela trazida por essa indústria para tentar ganhar dinheiro com os "reparos" na saúde: é cirurgia estética pra cá, creme pra celulite pra lá, lipo não sei das quantas, agulha não sei das quantas.... surge uma indústria em cima de outra, e nós, sempre subordinados a elas. Contextualizando com a indústria cultural: Aí sai a fulana na capa da Caras dizendo - fiz lipo, fiz isso e aquilo" - pra reforçar o consumo da indústria alimentícia, da indústria da estética. Não só na Caras, claro, em vários outros veículos, e não só o impresso. E o povo acha lindo!

Devemos começar a protestar esses produtos. É possível reduzir o consumo de carne, de gordura animal, evitando assim tb a produção de futilidades e o abastecimento de um mercado tb inútil. Basta nós começarmos a tomar partido. Não estou querendo confundir com dieta. Se trata de fazer um protesto a um mundo moderno capitalista que cada vez inventa mais bobagem pra alimentação. Como futura jornalista, gosto de ler uma Carta Capital do que uma Tititi. O conteúdo da primeira é mais saudável que da segunda. E mídias como a da Tititi estão crescendo e servindo de muito lucro pra indústria cultural de comunicação. E a mesma coisa está acontecendo com a indústria de alimentos: muita porcaria sendo fabricada e consumida, e mto pouco se pensa na vida de animais sendo sacrificados e no que é bom e ruim para a nossa saúde, sem a qual perdemos o que temos de mais valioso: nossa VIDA. Se entramos numa banca, realmente pouca coisa dali presta pro nosso cérebro; o que ocorre exatamente na prateleira do supermercado. E há grupos que faturam milhões com isso, servindo produtos que, na verdade, nos assediam com seu conteúdo vulgar, prejudicial.

Pretendo elaborar uma reportagem mais adiante para falar das atrocidades que parte da indústria pecuária e alimentícia fazem. Quem sabe poderia conscientizar mais gente para exigir por parte dessas indústrias meios menos agressivos de abatimento. O uso de animais na alimentação é polêmico, mas precisamos chegar a conclusões!

Viva a cenoura, o casaco de couro falso e a Carta Capital! Vaias para o salgadinho sabor bacon, para as bolsas do Vitor Hugo e toda a indústria do jornalismo banal!

Uso de Animais na alimentação
Comer carne, uma forma de violência?
texto extraído do endereço http://www.institutoninarosa.org.br/consumo_alimetacao.html