"É preciso fortalecer os meios de comunicação alternativos e as cooperativas de jornalistas. Agora sou mandatário, com um conjunto da sociedade brasileira que se reúne aqui no Ceará, e eu vou participar desse debate. Quando a gente discute democratização dos meios de comunicação, os que têm o monopólio disso vão sempre inventar que isso é autoritário, vão sempre querer desqualificar que isso é controle. Não. É preciso incentivar
dramaticamente os meios de comunicação alternativos, fortalecer cooperativa de jornalistas, financiar e, nisso, conceder canais de televisão"
dramaticamente os meios de comunicação alternativos, fortalecer cooperativa de jornalistas, financiar e, nisso, conceder canais de televisão"
Ciro Gomes, deputado federal (PSB)
Quantas oportunidades e possibilidades que os meios de comunicação, se estivessem livres da mediocricidade do marketing comercial, teriam no campo comunitário, cultural e educativo. Principalmente veículos como rádio e televisão, meio públicos e mais acessíveis a analfabetos, por exemplo. A questão de a mídia insistir em ser produto à venda é um grande obstáculo para a democracia.
Porém, o buraco é bem mais lá embaixo. Além do caráter comercial, o sistema de radiodifusão público dispõe de grande controle por grupos minoritários., que detém grande parte das concessões públicas. São partidos políticos, igrejas e famílias com grande poder político e econômico (como a família Sarney) que formam o "coronelismo midíatico" e comandam emissorasde rádio e TV. Isso quer dizer o quê? Que o conteúdo de grande parte desses canais que você ouve e assiste são formulados por pensamentos que se adequam a certas opiniões e interesses desses grupos.
Para citar exemplos, o PMDB (cruz credo!) é campeão disparado de parlamentares detentores de concessão: são 12 deputados estaduais, 13 federais e sete senadores. Logo atrás, vêm o PFL (coisa feia da mamãe) e o PSDB (livrai-me Senhor), com 12 e oito estaduais, nove e dez federais e nove e seis senadores, respectivamente.
No campo religioso, podemos citar a Igreja Universal como detentora da Rede Record de televisão. No dia 21 de fevereiro, foi noticiada a venda das Rádios Guaíba AM, FM e da TV Guaíba, da Empresa Jornalística Caldas Jr., para a Igreja Universal. Essa venda se traduz em redução dos custos, o que significa empobrecer ao máximo a oferta de conteúdo regional, como lembra Celso Schröder, coordenador do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e secretário-geral da Federação Nacional dos Jornalistas. Ele teme que a Igreja Universal imponha o seu "pensamento único" nas transmissões. Esses controles dificultam e muito a proliferação de rádios e televisões mais democráticas e educativas, livres de interesses políticos e econômicos. Mídia comunitária é sinônimo de serviço de utilidade pública, tem função educativa e combate a um único modelo hegemônico de mídias audiovisuais.
Como podemos perceber, tudo corre ao contrário da democracia. Enquanto empresas cada vez mais tem a sua voz multiplicada, as emissoras locais, como as Rádios e TVs Comunitárias continuam sofrendo com a repressão. Uma matéria do Fantástico, a pouco tempo, reforçou a ignorância do público ao chamar de "rádios piratas" os canais comunitários de rádio.
O termo rádio pirata surgiu na ditadura, quando os militares queriam calar a voz da população e censurar todos os programas de radio e TV. Assim, alguns intelectuais, estudantes montavam rádios clandestinas para que a população escutasse certas verdades e lutassem pela democracia. E quem se beneficiou das rádios pitaras na época foi o povo brasileiro. A rádio "pirata" foi um excelente instrumento contra a ditadura, porque as emissoras de rádio e TV da época apoiavam os militares e graças à luta das rádios comunitárias elas existem hoje e é uma pena que não são reconhecidas devidamente.
"Através do rádio, por exemplo, podemos fornecer educação gratuita, de baixo custo e de qualidade. E isso pode chegar em zonas rurais nas quais a educação é precoce"
As rádios comunitárias continuam regidas por uma lei segregacionista. A atividade permanece reprimida embora de forma gritantemente assimétrica em relação a dezenas de concessionários da radiodifusão comercial que há anos funcionam precariamente, sem a renovação de suas outorgas. Ou seja, grande parte da mídia comercial fere às leis e códigos civis e não são reprimidas; já as rádios e Tvs comunitárias que têm compromisso com a lei de serviço à comunidade, sofrem repressão constante da Anatel e da Polícia Federal. São emissoras comunitárias que já existiam e prestavam serviço público de qualidade às suas comunidades antes da Lei 9612/98; que desde então tentam se legalizar. Têm seu trabalho reconhecido – e até premiado – por instituições públicas brasileiras e internacionais.
Enquanto isso, estima-se que cerca de 60% das quase 4.000 rádios comunitárias legalizadas são controladas por entidades que fazem proselitismo político e/ou religioso, afrontando o interesse público, e mais de 13 mil processos de novas outorgas aguardam julgamento no Ministério das Comunicações. As promessas democratizadoras da digitalização da radiodifusão alimentadas pelo decreto 4901/2003, que criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) – e tinha como objetivos, dentre outros, a democratização da informação, a promoção da diversidade cultural, o desenvolvimento da indústria e tecnologia nacionais, a inclusão social e a participação da sociedade civil – foram diluídas na escolha do padrão tecnológico ISDB japonês, que contraria toda essa promoção social e cultural. Hoje, o próprio Ministério Público Federal move ação na Justiça contra essa hegemonia do padrão japonês.
A mídia independente se associa a pluralidade de opiniões e a horizontalidade de opiniões e informações. O rádio, que possibilita baixo custo e programações diversificadas, exerce uma maior incidência na vida diária das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. Vejamos: devido à facilidade de acesso, à ampla cobertura e à flexibilidade, o rádio oferece inúmeras possibilidades para a educação à distância, no desenvolvimento de programas de educação formal e não formal. Olha só que preciosidade de possibilidadedes criativas de crescimento educacional temos num veículo como o rádio. Podemos fornecer educação gratuita, de baixo custo e de qualidade. E isso pode chegar em zonas rurais nas quais a educação é precoce.
As rádios comunitárias continuam regidas por uma lei segregacionista. A atividade permanece reprimida embora de forma gritantemente assimétrica em relação a dezenas de concessionários da radiodifusão comercial que há anos funcionam precariamente, sem a renovação de suas outorgas. Ou seja, grande parte da mídia comercial fere às leis e códigos civis e não são reprimidas; já as rádios e Tvs comunitárias que têm compromisso com a lei de serviço à comunidade, sofrem repressão constante da Anatel e da Polícia Federal. São emissoras comunitárias que já existiam e prestavam serviço público de qualidade às suas comunidades antes da Lei 9612/98; que desde então tentam se legalizar. Têm seu trabalho reconhecido – e até premiado – por instituições públicas brasileiras e internacionais.
Enquanto isso, estima-se que cerca de 60% das quase 4.000 rádios comunitárias legalizadas são controladas por entidades que fazem proselitismo político e/ou religioso, afrontando o interesse público, e mais de 13 mil processos de novas outorgas aguardam julgamento no Ministério das Comunicações. As promessas democratizadoras da digitalização da radiodifusão alimentadas pelo decreto 4901/2003, que criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) – e tinha como objetivos, dentre outros, a democratização da informação, a promoção da diversidade cultural, o desenvolvimento da indústria e tecnologia nacionais, a inclusão social e a participação da sociedade civil – foram diluídas na escolha do padrão tecnológico ISDB japonês, que contraria toda essa promoção social e cultural. Hoje, o próprio Ministério Público Federal move ação na Justiça contra essa hegemonia do padrão japonês.
A mídia independente se associa a pluralidade de opiniões e a horizontalidade de opiniões e informações. O rádio, que possibilita baixo custo e programações diversificadas, exerce uma maior incidência na vida diária das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. Vejamos: devido à facilidade de acesso, à ampla cobertura e à flexibilidade, o rádio oferece inúmeras possibilidades para a educação à distância, no desenvolvimento de programas de educação formal e não formal. Olha só que preciosidade de possibilidadedes criativas de crescimento educacional temos num veículo como o rádio. Podemos fornecer educação gratuita, de baixo custo e de qualidade. E isso pode chegar em zonas rurais nas quais a educação é precoce.
"A mídia independente se associa a pluralidade de opiniões e a horizontalidade de opiniões e informações"
Porém, a mídia comercial se opõe ser parceira da educação e também é obstáculo para o crescimento da mídia comunitária. Se queremos um Brasil mais igual, precisamos diminuir as diferenças de acesso à educação das classes mais altas em relação às mais baixas. O problema é que, como a mídia comercial é controlada por classes altas, e os interesses destas são de manter as classes mais baixas sobre desamparo cultural, tecnológico e educacional, a progressão no campo de mídias comunitárias será bem difícil. Por isso, em meu ponto de vista, as mídias comercias precisam, através da lei, perder o seu caráter de concessão para se tornar, realmente, do público, regida pelo público e por pessoas que têm como objetivo fazer uma mídia voltada para todas as classes sociais, sem exceção.
Hoje, o conteúdo transmitido pela mídia apenas reforça o ideal de massa consumidora, burra, despolitizada. Se queremos uma mídia mais justa... vamos começar a defender a democratização das mídias, as rádios e Tvs comunitárias que lutam arduamente pelo seu reconhecimento e legalização! FORA HÉLIO COSTA DO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES!!!!!!!!
Leia mais! http://www.frenteradiotvdigitaldemocratica.org/
6 comments:
A imprensa brasileira, não obstante às estrangeiras, padece de uma eterna escravidão econômica. Antes fosse a liberdade editorial, a ética, a própria legislação jornalístcia que estivessem à beira de um abismo ideológico.
Imparcialidade virou sinônimo de utopia. Nessa selva midiática, o que nos resta é tentar sobreviver, já que nos tornaram assessores de um grande lobby.
Parabéns pelo blog! Valiosa iniciativa, Mariana.
Lei aqui no Brasil não funciona. A concessão permite que o individuo seja dono do meio, mas não que o controle. E sim, tá lá na lei: "a progrmação deve cumprir oferta cultural, educativa que amplie o repertório das pessoas...."[] Acho que é pra dar risada opu pra chorar?
Beijos
Muito bom!!! Democratização já!Nada mais a dizer, vc já disse tudo Mari.
Abração!
A democratização das mídias se tornará realidade a partir do momento em que as pessoas tiverem a tomada de consciência... a consciência de que a mídia pode ser parceira de suas necessidades.
Por DEVER.
Abraço
Vc vai no Intercom né Má!!!!!!rsrsrs
Ademocratização das mídias ganha mais espaço ainda com o cenério digital que nos espera.
Beijos Má
Fala s�rio...........
Essa � a imprensa podre em que vivemos. � servi�o de uma elite e deixando a comunidade maginalizada. O caminho pra mudar isso, � sem d�vida, atra�s de leis mais r�gidas e EDUCA��O.
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